criei esse espaço para documentar meus processos; para colocar pra fora todos os meus questionamentos, todas as minhas pesquisas e tudo o que se passa dentro (e fora) de mim. nem sei dizer quanto tempo faz que não escrevo um post em um blog, mas a nostalgia tem me dominado ao preencher esse espaço em branco.

se antes a ideia era escrever textos para documentar a vida que passava, agora o objetivo é tentar entender os caminhos que se abrem enquanto crio.
uma vez li que colagens são escolhas. tenho essa frase escrita em um dos meus cadernos há anos; infelizmente não anotei a fonte. essa frase ressoa em mim toda vez que corto um pedaço de papel. criar uma narrativa nova, usando imagens que antes não estavam de forma alguma conectadas é, de certa forma, recompensador demais. é como criar um novo mundo, um novo discurso - o meu discurso.
se antes usava imagens para traduzir o que se passa dentro de mim, com o tempo e os estudos acadêmicos, comecei a abrir mão dessa figuração escancarada para explorar o abstrato. entendi que muitas vezes a forma pode gritar mais alto; cores, texturas, rasgos e recortes subjetivos têm me dominado por completo. junto a essa equação o espectador. cada vez mais tenho incluído o outro nas minhas inquietações. a questão central agora não é mais a mensagem que eu quero passar, mas a mensagem que eu recebo de quem, de certa forma, se sente tocado pelas minhas escolhas estéticas.
meus questionamentos abraçaram a interação, a troca, o saber ouvir. nesse ponto me debruço sobre teorias, pensamentos e artistas que já estudaram isso no passado (o quanto podemos aprender com o outro!).
me encontro, nesse momento, cheia de perguntas, com o rascunho de algumas respostas e a busca pela narrativa poética que consiga minimamente traduzir tudo isso.